segunda-feira, 20 de junho de 2011

A quarta última vez

Eu prometi que não voltaria pro teu quarto.
Pensei comigo: se for pra quebrar a cara, que seja por alguém que valha as lágrimas derrubadas. Mas não por ti, Don Juan barato do sorriso torto, tão conquistador com esses olhos verdes-cor-de-mel ou coisa parecida.
Falhei
Lá estava eu, batendo na tua porta, ansiosa pelo teu cheiro
Lá estava você, com a barba rala, cheiro de café.
Não precisa me dizer nada. Só me mostra que valeu a pena eu ter atravessado todas essas ruas pra chegar até aqui.
Segui ele sem esforço algum pro quarto de paredes pretas, me joguei na cama baixa sem precisar de convite, olhei pras paredes, escondendo a vontade de olhar pra barriga dele enquanto ele tirava a camiseta.
Eu, cheia de terceiras intenções esperando alguma pegada ardente me decepcionei quando ele sentou do meu lado.
- E aí...
- E aí?
(silêncio)
Pelo jeito não vai passar disso. Ele nem me olhou com a cara de macho faminto.
Pelo jeito não. Pelo jeito ele não me acha mais tão atraente quanto dizia, nem tão bonita, nem nada. Ou quem sabe, ele está com outra, ou quem sabe, ele só não quer mais.
Maldita hora em que eu resolvi sair de casa pra ouvir aquele sotaque portoalegrense. Maldita hora em que eu fui me apaixonar pelo homem errado, denovo.
Dessa vez nem precisei me dar o trabalho de vestir as roupas e ir embora. Dessa vez, só peguei a bolsa e saí, jurando que nunca mais voltaria. E acho que essa foi a quarta vez. Mas foi a última, eu juro!

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